Estoque é dinheiro… E tempo também!

setembro 28, 2012  |  No Comments  |  by Panelli & Associados  |  Small Tip Big Click

Em varejistas típicos, os estoques representam um dos maiores, senão o maior, item do ativo. Todo o estoque representa um investimento em capital de giro, ou seja, consume recursos para sua aquisição. A venda do estoque gera uma margem, que sustenta o lucro da empresa.

No entanto, a cada dia que passa, existe um custo de juros sobre o capital investido, que vai reduzir o lucro da empresa. Infelizmente, na maior parte das empresas, os juros são considerados apenas nos resultados financeiros, e a margem (que é a medida bruta do lucro das operações de venda), não reflete o custo representado pelo tempo que o estoque permanece na empresa. Assim, uma característica intrínseca da operação comercial (prazo de giro dos estoques), acaba não tendo reflexo direto nas informações referentes à margem das operações.

Idealmente, os juros pagos para manter os estoques deveriam ser computados como um acréscimo ao custo dos produtos, reduzindo a margem, de forma proporcional ao tempo médio de giro da mercadoria.

Estoques altos tendem a representar um aumento no prazo de giro; portanto, estoques altos representam um aumento no custo.

Por outro lado, além do custo representado pelos juros incidentes, estoques altos também facilitam a ocorrência de outros custos, como:

a) Perda de valor, por obsolescência (seja por moda, mudança tecnológica, etc.);

b) Perdas de estoque (maiores volumes representam maior facilidade para a ocorrência de furtos. Da mesma forma, maiores volumes representam maior necessidade de rearranjo físico das mercadorias, que podem ser estragadas no manuseio, etc.);

c) Perda de vendas por dificuldade de acesso ao produto. Quando os estoques ficam realmente altos, invadem áreas de trânsito, criando dificuldades de acesso para os vendedores, que passam a trabalhar somente com produtos mais facilmente encontráveis;

d) Perdas por menor flexibilidade comercial. A capacidade de alterar o rumo da empresa é inversamente proporcional ao volume em estoque. Suponha que a empresa definiu por ter um grande estoque de saias, e a moda se revela fortemente por calças. Será necessário comprar mais calças, porém os recursos estão “presos” nas saias, que precisarão de remarcações para girar. Enquanto a empresa busca uma forma de equacionar o problema, o mercado poderá ter avançado rapidamente em outra direção, revelando a empresa como seguidora, e não como líder.

De maneira geral, os varejistas são muito rápidos em identificar produtos que vendem bem, e em fazer sua reposição. No entanto, a identificação e, principalmente, a tomada de medidas para desovar produtos com baixo giro são bem mais bem mais lentas, e um acréscimo improdutivo essa lentidão gera um acréscimo improdutivo ao estoque.

Para uma efetiva redução nos volumes relativos de estoques, a recomendação é de que seja adotado um sistema de planejamento e controle de estoques, como o OTB (Open To Buy), preferivelmente em conjunto com um Plano de Sortimento. O OTB manterá as verbas de compra controladas (forçando a eliminação de produtos de baixo giro), enquanto que o plano de sortimento garantirá um balanceamento na oferta de produtos (aumentando a probabilidade de vendas).

 

Até o próximo – “Small Tip Big Click”